quarta-feira, 26 de setembro de 2007

A minha vida hoje foi salva por Mario Quintana.

Hoje passei o começo do dia pensando, preocupado com o meu futuro. Prefiro viver o agora, mas nos últimos dias me resolvi por algumas coisas que merecem sérios planejamentos(um exemplo: uma viagem pra São Paulo, não pode ser feita à moda louca), e pensando nesses planejamentos e na minha vida atual, pela primeira vez, temi o futuro, olhei fundo pra esse desconhecido chamado "futuro" e o medo de não dar certo me afetou. "Mas não dar certo o quê? Se ainda nem comecei", pensei. Aí o medo aumentou, porque parado não se alcança nada, pelo contrário, ficando parado você é ultrapassado por qualquer babaca. E eu me senti parado. Logo, fiquei triste.
Ontem(25/09/07) eu ganhei um livro do Mario Quintana, Apontamentos de história sobrenatural, e depois de sentir que de nada adiantaria ficar pensado no que não está dando certo, peguei esse livro e comecei a lê-lo, em instantes me senti emocionado com a genialidade de Quintana, suas poesias são de uma sutileza, como se apenas tocassem de leve a alma de quem as lê, mas, depois que você se sente tocado por elas percebe que na verdade a sutileza está nas palavras, tão simples e cotidianas, mas que contêm com elas imagens lindas, imagens da vida, da morte, do mundo, do amor, palavras à serem contempladas. Como escreveu Carlos Drummond de Andrade: "Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces sob a face neutra."
Hoje Mario Quintana salvou a minha vida, me deu uma aula de literatura, sutil, sem exageros rebuscados e contendo uma sabedoria possuída apenas por quem viveu a vida, verdadeiramente. Uma prova disso é a estrofe final do poema "O adolescente" - esse responsável por me tirar da fossa de hoje - que diz:

"Adolescente, olha! A vida é nova...
A vida é nova e anda nua
- vestida apenas com o teu desejo!"

Me senti motivado novamente, os sonhos voltaram a circular pela minha mente de novo, agora fortalecidos e sem medo do errado, afinal, a chance de dar tudo certo na nossa vida, é igual a chance de dar tudo errado, é o risco, então vamos lá(chega de lamentos meu rapaz, huahuhauhauhuahuaha).
Eu sei que eu posso.

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